Vacina contra a dengue é testada em
cinco capitais brasileiras
Se aprovada, dose pode entrar no mercado em 2014, diz laboratório.
Hoje, única forma de enfrentar a doença é combater o
mosquito
Cinco
capitais brasileiras – Campo Grande, Fortaleza, Goiânia, Natal e Vitória –
estão participando dos testes em seres humanos de uma vacina contra a dengue.
Os dados serão analisados em conjunto com os de outros países latino-americanos
e asiáticos, onde a dengue também é uma epidemia. Em testes anteriores, o
medicamento tem se mostrado seguro para a saúde.
Hoje o único
método de prevenir a transmissão do vírus é agir sobre o Aedes aegypti,
mosquito transmissor, seja com inseticidas – fumacê – ou com a eliminação dos
criadouros – água parada.
Os
voluntários escolhidos para a pesquisa têm entre 9 e 16 anos e são acompanhados
de perto por uma equipe médica enquanto fizerem o tratamento. Dois terços dos
pacientes recebem a vacina candidata e os demais tomam doses de placebo – uma
substância que não tem efeito no corpo.
A vacina é
composta por três doses, que devem ser dadas com intervalos de seis meses.
Todos os pacientes serão observados durante o período, e qualquer caso de febre
deve ser relatado aos médicos pesquisadores. O objetivo é saber quais crianças
e adolescentes vão ter dengue ou não.
Para que ela
seja considerada eficiente, o número – relativo – de casos de dengue entre os
pacientes que tomaram a vacina precisa ser no máximo 30% do número de casos
entre os que receberam doses de placebo.
“Essa
premissa de 70% de eficácia foi compartilhada com alguns órgãos reguladores
como, por exemplo, a Organização Mundial de Saúde”, diz o médico Pedro Garbes,
diretor regional de desenvolvimento clínico na América Latina do Sanofi
Pasteur, laboratório responsável pela produção da vacina.
Os
voluntários precisam morar em áreas expostas ao risco de transmissão de dengue;
caso contrário, é natural que nenhum deles desenvolva a doença e a pesquisa não
tenha validade.
Toda vacina é feita com material do próprio agente causador da doença – um
vírus, no caso da dengue –, em forma atenuada ou morta, que serve para preparar
o sistema imunológico. Após tomar a imunização, o corpo será capaz de
reconhecer o vírus e terá anticorpos para combatê-lo.
A dengue tem
quatro tipos de vírus diferentes que provocam os mesmos sintomas. Uma vacina
tem que ser capaz de preparar o sistema imunológico para todos eles. Nessa
pesquisa, os cientistas trabalharam separadamente com cada um dos tipos. É como
se eles tivessem feito quatro vacinas diferentes e as misturado em uma só.
No passado,
vacinas que usavam o próprio vírus da dengue provocaram uma reação muito forte
nos pacientes e não foram consideradas seguras. Por isso, os cientistas recorreram
à engenharia genética para colocar o material genético dos vírus da dengue em
outro organismo.
“Recortou-se
parte do seu genoma e se colocou essa parte do genoma deles em outro vírus: o
vírus vacinal da febre amarela”, conta Pedro Garbes. Segundo o médico, a vacina
da febre amarela já existe há 70 anos e é considerada bastante segura.
Caso a
vacina seja aprovada, o laboratório pretende colocá-la no mercado em 2014.
Pesquisa
nacional
Esse não é o único grupo de pesquisadores empenhado em elaborar uma vacina para
a dengue. O Instituto Butantan, vinculado ao governo do estado de São Paulo, e
a Fundação Oswaldo Cruz, do governo federal também têm projetos nesse sentido.
Alexander
Precioso, diretor de testes clínicos do Instituto Butantan, coordena uma equipe
que trabalha com esse objetivo, em parceria com os Institutos Nacionais de
Saúde dos EUA. A primeira fase de testes começa ainda esse ano.
Ninguém terá a capacidade de
produzir todas as doses necessárias"
Alexander Precioso, Instituto Butantan
Para ele, não
é um problema grave se alguém chegar a uma fórmula antes e não se trata de uma
corrida com um único ganhador. “Todas as iniciativas são muito bem-vindas, a
princípio”, diz Precioso.
“A demanda é
mundial”, lembra o especialista. “Ninguém terá a capacidade de produzir todas
as doses necessárias”, acrescenta.
Precioso
afirma ainda que é importante para o Brasil ter uma vacina produzida por uma
instituição local e com financiamento público.
“Nós
acreditamos que ela terá o resultado esperado e mais adequado para o nosso
país”, diz. “É claro que por ser uma produção nacional, nós temos a expectativa
de que ela tenha o custo inferior”.
fonte
G1.com
Portal HSEQ
Esse não é o único grupo de pesquisadores empenhado em elaborar uma vacina para a dengue. O Instituto Butantan, vinculado ao governo do estado de São Paulo, e a Fundação Oswaldo Cruz, do governo federal também têm projetos nesse sentido.
Portal HSEQ
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