MATÉRIA
DE CAPA: FAZENDO A DIFERENÇA
Reportagem de Cristiane Reimberg
Ilustração: Beto Soares/Estúdio Boom
Técnico de Segurança do Trabalho é quem que faz a prevenção acontecer
Ano de 1975. Um jovem de 19 anos, do interior, veio realizar o sonho de construir sua história na cidade grande. Logo conseguiu emprego em uma fábrica na cidade de São Paulo e passou a exercer a função de ajudante de operador de máquina. O sonho, no entanto, esbarrou em um acidente de trabalho. Certo dia, o responsável precisou ir ao banheiro e deixou o rapaz operando o equipamento. A luva dele enroscou na máquina, e ele perdeu um dedo. Naquele ano, o Brasil chegou a ter cerca de 1,9 milhão de acidentes de trabalho. Histórias como essas se repetiam, com menor ou maior gravidade, mudando o rumo de vida dos trabalhadores.
No caso deste acidentado, ele foi socorrido, ficou afastado e 30 dias após a reintegração ao trabalho, pediu demissão. O supervisor de segurança na época, Armando Henrique, tentou convencer o trabalhador a permanecer na empresa. Não adiantou. Chorando, o rapaz revelou que passados oito meses do acidente, ainda não havia tido coragem de escrever uma carta contando para a mãe o ocorrido. Desiludido, queria voltar para o campo e ficar junto da família.
"Vi o quanto eu podia contribuir para a vida das pessoas fazendo Segurança do Trabalho. Ele saiu da empresa e nunca mais tive notícias. Nós que ficamos fizemos um trabalho que revolucionou a parte da segurança da empresa. Comecei em uma época em que não sabíamos se fazíamos prevenção ou se socorríamos os acidentados. Trabalhei em indústria que tinha índice de 10% de acidentes e conseguimos baixar para 1%.
No país, de cada 100 trabalhadores, 17 se acidentavam. Hoje, a média é de 2,5. Houve uma evolução, e o SESMT teve papel decisivo nessa redução", relembra o técnico de segurança Armando Henrique, que hoje é vice-presidente da Fenatest (Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho).
A própria criação do SESMT e a instituição dos profissionais de segurança foi uma resposta a essa alta taxa de acidentalidade. Nos anos 70, o Brasil foi considerado campeão mundial em acidentes do trabalho. Foi quando a pressão internacional fez o governo federal agir. O Ministério do Trabalho publicou duas portarias para mudar o rumo dessa tragédia: a 3.236 e a 3.237, no dia 27 de julho de 1972. Assim, instituiu o Plano Nacional de Valorização do Trabalhador, que tinha entre as metas, a preparação de profissionais de nível superior e médio para atuar no controle da Segurança e Higiene do Trabalho. Um deles era o inspetor de segurança, que depois ganhou a denominação de supervisor de segurança, hoje correspondendo ao técnico de segurança. Também se criou o SESMT - Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho.
Reportagem de Cristiane Reimberg
Ilustração: Beto Soares/Estúdio Boom
Técnico de Segurança do Trabalho é quem que faz a prevenção acontecer
Ano de 1975. Um jovem de 19 anos, do interior, veio realizar o sonho de construir sua história na cidade grande. Logo conseguiu emprego em uma fábrica na cidade de São Paulo e passou a exercer a função de ajudante de operador de máquina. O sonho, no entanto, esbarrou em um acidente de trabalho. Certo dia, o responsável precisou ir ao banheiro e deixou o rapaz operando o equipamento. A luva dele enroscou na máquina, e ele perdeu um dedo. Naquele ano, o Brasil chegou a ter cerca de 1,9 milhão de acidentes de trabalho. Histórias como essas se repetiam, com menor ou maior gravidade, mudando o rumo de vida dos trabalhadores.
No caso deste acidentado, ele foi socorrido, ficou afastado e 30 dias após a reintegração ao trabalho, pediu demissão. O supervisor de segurança na época, Armando Henrique, tentou convencer o trabalhador a permanecer na empresa. Não adiantou. Chorando, o rapaz revelou que passados oito meses do acidente, ainda não havia tido coragem de escrever uma carta contando para a mãe o ocorrido. Desiludido, queria voltar para o campo e ficar junto da família.
"Vi o quanto eu podia contribuir para a vida das pessoas fazendo Segurança do Trabalho. Ele saiu da empresa e nunca mais tive notícias. Nós que ficamos fizemos um trabalho que revolucionou a parte da segurança da empresa. Comecei em uma época em que não sabíamos se fazíamos prevenção ou se socorríamos os acidentados. Trabalhei em indústria que tinha índice de 10% de acidentes e conseguimos baixar para 1%.
No país, de cada 100 trabalhadores, 17 se acidentavam. Hoje, a média é de 2,5. Houve uma evolução, e o SESMT teve papel decisivo nessa redução", relembra o técnico de segurança Armando Henrique, que hoje é vice-presidente da Fenatest (Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho).
A própria criação do SESMT e a instituição dos profissionais de segurança foi uma resposta a essa alta taxa de acidentalidade. Nos anos 70, o Brasil foi considerado campeão mundial em acidentes do trabalho. Foi quando a pressão internacional fez o governo federal agir. O Ministério do Trabalho publicou duas portarias para mudar o rumo dessa tragédia: a 3.236 e a 3.237, no dia 27 de julho de 1972. Assim, instituiu o Plano Nacional de Valorização do Trabalhador, que tinha entre as metas, a preparação de profissionais de nível superior e médio para atuar no controle da Segurança e Higiene do Trabalho. Um deles era o inspetor de segurança, que depois ganhou a denominação de supervisor de segurança, hoje correspondendo ao técnico de segurança. Também se criou o SESMT - Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho.
Fonte: Revista Proteção
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Portal HSEQ
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